Que bem marcha o meu filho. Pena que o resto do batalhão vá com o passo trocado.

O recente isolamento de Manuel Machado (e dos autarcas do PS que o seguem, até ver, acriticamente) em importantes votações na CMC e na AM deve constituir motivo de reflexão para os próprios. Quem não sabe construir consensos, não deve demonizar os outros.

Se não, vejamos:

1.

Todas as outras forças políticas consideraram que o processo legislativo e o subsequente tratamento autárquico foi apressado, descuidado e potencialmente perigoso para o desenvolvimento do País. Todas as outras forças políticas recusaram assumir volumosas novas competências sem conhecerem os impactos das mesmas a nível financeiro e de recursos humanos necessários. Conforme pode ler-se na nota divulgada pelo CpC, Cidadãos por Coimbra, “A descentralização de competências para as autarquias e entidades intermunicipais deve aliar-se a um processo democrático de debate público sobre a regionalização, alicerçado em compromissos abertamente assumidos pelas diversas forças, tendo como referência a Constituição(…) Mas essa votação traduz também uma resposta unânime ao estilo centralista e autocrático de governação de Manuel Machado, que insiste em desvalorizar as outras forças políticas, e muito particularmente a Assembleia Municipal, não tendo produzido e disponibilizado qualquer informação circunstanciada e qualquer proposta de entendimento que sustentasse, numa base fundamentada e alargada, as vantagens destas transferências para o Município.”

A Cidade acumula imensos problemas que são da competência atual do Município e tardam em ser resolvidos. Como aceitar a jactância daqueles que dizem que agora é que é, e que vão fazer também o que compete ao Governo? A Sra Presidente da ARS, ex-vereadora de Machado, no dia a seguir ao chumbo na AM, veio anunciar a abertura, pela ARS e já na próxima segunda-feira, do concurso para as obras do novo Centro de Saúde da Fernão de Magalhães. Precisamente uma das obras que Machado dizia, em entrevista recentíssima, que teria que ser lançada pela Câmara, com as tais novas competências. Obrigado, ARS, a Câmara tem muitas outras para fazer.

2.

Dois dias antes, a maioria da vereação chumbou uma proposta de concurso para adjudicar a privados a construção e exploração de um importante equipamento desportivo no Vale das Flores. Não participei na deliberação, porque não faço parte da Câmara. Mas justifica-se a pergunta: então uma Câmara que se considerava capaz de fazer as obras do Governo (José Falcão, Santa Clara a Nova, …) tem alguma necessidade de entregar o terreno para que outros façam e explorem o que ela bem poderia fazer para o interesse da Cidade, designadamente da ginástica da Académica?

Há dias, fui ver no Choupal o que o ICNF está a fazer para reparar os danos do Leslie. No regresso à Cidade, olhei para os jardins da Casa do Sal e pensei: ainda bem que o Choupal não tem gestão camarária.

 

Jorge Gouveia Monteiro, Coordenador do CpC

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