DA (i)MOBILIDADE EM COIMBRA

Como é do domínio público decorreu de 16 a 22 de setembro de 2016 a SEMANA EUROPEIA DA MOBILIDADE subordinada ao tema “Mobilidade inteligente. Economia forte”.

Esta semana europeia celebrou-se um pouco por todo o país, com múltiplas e diversificadas iniciativas.

Porém, em Coimbra nada foi feito neste âmbito, como se a nossa cidade fosse um exemplo de perfeição no que respeita à mobilidade. Mas não é. O não se fazer nada está precisamente na linha de orientação política deste executivo municipal que faz muita propaganda, mas pouca obra. Para este executivo, comprar 5 autocarros novos, ao fim de 3 anos de mandato, para reforçar a depauperada frota dos SMTUC e colocá-los à frente do edifício sede do município é suficiente! melhorar as condições de utilização para os passageiros não importa; dotá-los de acessibilidade à internet é uma miragem; melhorar a comodidade das paragens, designadamente facilitando o acesso aos idosos e deficientes e melhorar a informação pouco importa; reorganizar a rede, servindo melhor as populações com economia de custos, continuará à espera de melhores dias, face à inutilidade do estudo que tivemos a oportunidade de analisar numa das últimas reuniões camarárias.

Associar, como era o lema da semana, uma mobilidade inteligente a uma economia forte, não é com a atual liderança municipal que não só ignora a mobilidade, como vira as costas ao desenvolvimento económico municipal, de que é exemplo paradigmático o estado de abandono dos parques empresariais e, em particular do IPARQUE.

Numa cidade moderna e inclusiva, a mobilidade pedonal deve ser absolutamente prioritária uma vez que permite associar a não poluição atmosférica e sonora à saúde física e psíquica das pessoas. Porém, a nossa cidade é inimiga de quem caminha, tal é o estado degradado da generalidade dos passeios, esburacados e com armadilhas a cada passo; ruas sem iluminação adequada para quem pretende sair de casa cedo, no horário de inverno, ou para quem quer passear à noite, o que contribui para gerar insegurança; acresce a total impossibilidade de caminhar com um carro de bebé ou circular em cadeira de rodas; para já não falar nas dificuldades acrescidas para os invisuais e para os idosos. As passadeiras, após uma leva de pinturas na baixa, que prenunciavam alguma mudança, continuam generalizadamente invisíveis, constituindo verdadeiras armadilhas para quem atravessa as ruas, inclusive em locais de passagem de crianças e jovens para as escolas da cidade. 

A ciclovia é uma verdadeira miragem. Ao fim de 3 anos e muitas deliberações – que fazem crer que se pretende inscrever no Guinness o maior número deliberações por metro linear de ciclovia –  temos umas poucas centenas de metros executados! O estacionamento para as bicicletas com e sem motor não existe, a não ser em cima dos passeios onde o estacionamento automóvel é praticamente regra.

O sistema de Mobilidade do Mondego, vulgo Metro, teve mais um adiamento que nada de bom augura; não existe um terminal rodoviário digno, nem há vontade política para que tal aconteça, pululando as paragens dos autocarros que entram e partem da cidade pelos mais incríveis pontos.

Para este executivo municipal o transporte automóvel individual continua a ser o rei. Ou seja, uma mobilidade alternativa, sustentável e inteligente continua a não passar pela Praça 8 de maio. Até um dia,  que esperamos chegue em breve.      

 

Coimbra, 27. 09.206

 

José Augusto Ferreira da Silva 

 

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